domingo, 21 de abril de 2013

Aquele garoto...

Aquele garoto, pobre garoto, de dia e no quente,
Sorriso com dentes.
Brincadeiras saltitantes,
Alegres, dançantes.

Aquele garoto, pobre garoto, de noite e no frio,
Ao lado do rio, faminto e sozinho,
Imundo, dormindo.

Não tinha culpa, não tinha nada,
Era o que lhe diziam,
Sempre que possível.

Acordava esperando dormir,
Sonhava em poder sonhar,
Em não acordar.

Sono eterno,
Problemas zero,
Sonho infinito,
Amor resolvido.

Em sonho ninguém mente,
Dizia o pequenino esperançoso.

Sonhava com um colo amoroso,
Um abraço caloroso,
Porque não com um mundo honroso?

Uma mãe com quem conversar,
Alguém em quem pudesse confiar.
Alguém que dele cuidasse,
Amasse.

O menino cresceu trabalhou,
Muito se decepcionou,
Falsos amores amargou,
Sozinho continuou.

Quem conheceu o menino enquanto homem,
Nunca soube o que se perdeu
Em algum lugar da estrada,
Um sonhador a esperança esqueceu.

O colorido escureceu,
Entristeceu.

Não entendia mais como poderia
Sonhar com um mundo verdadeiro.

A humanidade em ciclos,
Brinca com o futuro,
Passado e presente.

Jogam ao ralo a vida,
Dos outros e, então, as suas.

Não compreendem a ligação,
Esquecem que somos todos um.
"Do pó viemos e ao pó voltaremos."

Nenhum comentário:

Postar um comentário