segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

culpas e buscas

É do senso comum o entendimento de que as pessoas que cursam a faculdade de psicologia o fazem, em grande parte, por uma necessidade de resolução de problemas pessoais. Dito isto acredito ser importante deixar claro que discordo, acredito que dentro da faculdade que curso existe uma pluralidade de pessoas e motivos para estarem lá, porém também acredito que nenhum de meus colegas irá discordar de mim quando falo que a maioria (para não falar em todos e pecar por um ou outro indivíduo) busca compreender melhor o humano como um ser subjetivador, estando ai inclusos seus sentimentos, interesses, motivações, sofrimentos e tantos outros fatores. Partindo deste princípio é também lógico que a reflexão faça parte da rotina destes estudantes e profissionais, porém é comum que esbarremos em paredes criadas por nós, que nos impedem de fazer uma avaliação clara da nossa situação. Hoje, felizmente, posso dizer que superei um muro, depois de mais de 3 anos em uma situação não muito agradável.

Este muro que criei, feito de culpa e remorso, foi motivo de diversas escolhas erradas, acabei me submetendo a situações que iam de encontro com meus ideais, o que acabou por gerar um mal estar que parecia não passar nunca, não importando o que eu fizesse. Neste momento alguém poderia parar e perguntar: "Porque se submeteu?". Responderia-lhe, então, que a resposta se encontra no meu constructo: inconsciente e invisível, porém que sempre presente.

Espero que compreendam que estou falando de uma perspectiva pessoal, não acredito que todos reagiriam da mesma forma só por se sentirem culpados por algo, porém tenho em mim um perfeccionismo virginiano que não se expressa de muitas formas, mas que consigo vê-lo claramente nesta situação do muro. Este perfeccionismo é o que me levou, inconscientemente, a tentar consertar meus erros, amenizar minha culpa e tentar, desta forma, achar paz, o que me leva a uma frase que eu tenho dito muito ultimamente: "ser o melhor que posso ser". Continuo concordando com a frase, ainda gostaria de ser o melhor que posso, porém a diferença de ontem é que o muro que tampava caminhos agora me auxilia a ver tudo de cima, agora só me resta caminhar e viver, enfim, em paz.

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